- Primeiro dia do Congresso Internacional de Serviços de Saúde traz experiências inovadoras do Canadá, Holanda, Taiwan e Argentina; evento tem sequência nesta quinta-feira com a presença de palestrantes brasileiros
O CISS – Congresso Internacional de Serviços de Saúde teve início nesta quarta-feira (17) na Hospitalar Feira+Fórum. Tendo como tema principal “Segurança do Paciente: a nova fronteira de qualidade dos Sistemas e dos Serviços de Saúde”, a solenidade de abertura contou com os dirigentes do congresso e representantes das principais entidades apoiadoras que reforçaram a importância desta troca de experiências para a garantia de melhorias práticas no sistema de saúde nacional.
“Temos este modelo de congresso que se divide em dois dias, sempre apresentando experiências internacionais e cases de sucesso brasileiros. Com os países convidados, trocaremos conhecimento interessantíssimos. Sempre ressalto que as personalidades convidadas para o CISS encontram uma plateia seleta de personagens e inteligências setoriais não só do Brasil ou da América Latina, mas de outros diversos países”, diz Waleska Santos, presidente e fundadora da Hospitalar Feira+Fórum, durante discurso de abertura do CISS 2017.
Ainda na cerimônia, os doutores Breno de Figueiredo Monteiro e Fábio Leite Gastal, respectivamente presidente do congresso e presidente da comissão científica do CISS, fizeram seus apontamentos sobre a relevância do conteúdo apresentado ao longo destes dois dias. “Vivemos um cenário político de reformas que transformarão nosso país, sobretudo no aspecto social. Porém muitas outras mudanças, dentre elas a reforma do sistema de saúde, se fazem necessárias para chegarmos a um país justo e igualitário. Procuramos avançar e contamos com pessoas que realmente estão preocupadas com o futuro do país, mas principalmente com os milhões de brasileiros que nos ajudam a movimentar a nação”, declara Monteiro.
Complementando a palavra do presidente do CISS, Gastal agradeceu a presença de todas as lideranças internacionais responsáveis pela grade de apresentações desta quarta-feira. “A experiência trocada no CISS agrega discussão qualificada que nos permite investir em projetos futuros juntamente com os países parceiros à medida em que nosso sistema de saúde avança, sistema esse que contribuiu para que completássemos as metas do milênio antes do previsto. Então, de alguma forma, o sistema vem entregando e a Hospitalar tem feito parte disso nos últimos 24 anos”, enfatiza.
Algumas das entidades apoiadoras do congresso também marcaram presença na abertura da Hospitalar. Representando a ONA (Organização Nacional de Acreditação), o presidente Cláudio José Allgayer ressaltou a importância de projetos que divulgam a segurança do paciente e como a reunião de líderes propostas pela Hospitalar contribui para essa vertente: “momentos como esse servem para fomentar ainda mais a discussão sobre a importância da segurança do paciente em nossas instituições”.
Franco Pallamolla, presidente da ABIMO (Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios); Yussif Ali Mere Jr, do SINDHOSP (Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo); e Tércio Kasten, presidente da CNS (Confederação Nacional de Saúde) concordam que ao trazer experiências internacionais ao CISS, a Hospitalar contribui diretamente com as melhorias do nosso sistema de saúde.
Para Kasten, que visa a segurança e o acesso, o compartilhamento é indispensável. “A realização do CISS é uma oportunidade singular para juntar representantes de vários países para o debate de assuntos importantes”. Pallamolla e Yussif concordam e complementam o pronunciamento da CNS. “É fundamental que aprendamos com os países que estão à nossa frente para que possamos dar um salto e incorporar mais acesso com maior eficiência e redução de custos”, diz Pallamolla. “Ouvir boas experiências existentes no mundo é o que nos faz ter ideias e debater com mais profundidade as questões cruciais na área da saúde: acesso, qualidade e custo”, finaliza Yussif.
Completamente integrada às questões debatidas no CISS, a ANAHP (Associação Nacional de Hospitais Privados) foi representada por Alceu Alves Silva que declarou a necessidade do Brasil reconhecer suas mazelas, mas também seus avanços. “É preciso destacar o quanto estamos avançando. O tema específico do CISS é recorrente na ANAHP e é justamente por isso que reconhecemos a importância histórica do evento nas melhorias da saúde brasileira”, finalizou.
Além das instituições mencionadas acima, FENAESS (Federação Nacional dos Estabelecimentos de Saúde) e IEPAS (Instituto de Ensino e Pesquisa na Área da Saúde) também apoiam institucionalmente o cronograma do CISS.
Nesta quarta-feira, o CISS recebeu os membros dos países convidados e na quinta-feira abre espaço para a apresentação e o debate de casos de sucesso de empresas brasileiras que se dedicam à segurança do paciente e manutenção da qualidade de vida e melhor atendimento médico à população em envelhecimento.
CISS 2017 recebe países convidados e debate o papel do paciente na segurança
Canadá, Holanda, Taiwan e Argentina trouxeram toda sua expertise na saúde para o congresso; debates fortaleceram a importância do paciente na questão da segurança; a programação do CISS tem sequência nesta quinta-feira (18)
A manhã desta quarta-feira (17) do CISS – Congresso Internacional de Serviços de Saúde foi dedicada aos países convidados que trouxeram, ao evento, toda sua experiência de melhorias de seus sistemas de saúde, envolvendo o grande tema central do debate, segurança do paciente, e as melhores práticas para reduzir as possibilidades de erros médicos fortalecendo a saúde de todos os cidadãos e promovendo redução de custos aos sistemas público e privado.
Abrindo a sessão, a palavra do cônsul geral do Canadá em São Paulo, Stéphane Larue, destacou a inclusão de todos os players para um sistema em pleno funcionamento. “A melhoria da segurança do paciente e a qualidade dos serviços de saúde não acontece da noite para o dia. No Canadá, acreditamos que todos nós temos um importante papel a ser cumprido, tanto os profissionais da saúde, quanto as empresas e os pacientes em potencial. Entender e melhorar alguns aspectos dos serviços como, por exemplo, a segurança do paciente, contribui para que criemos as mudanças necessárias para avançar os sistemas de saúde no mundo”, declara.
Com duas palestras ao longo da manhã, o Canadá destacou o papel do paciente na busca pela segurança. Responsável pela primeira apresentação, a doutora Marie-Pascale Pomey, conselheira do Instituto Nacional de Excelência em Saúde e Serviços Sociais do Governo de Quebec – Montreal, enfatizou amplamente durante sua palestra, que o paciente precisa estar envolvido em todos os processos realizados. “O paciente e sua família são o centro da equipe. São eles que fornecem informações importantes e que estão indisponíveis em outras fontes, o grande motivo para a redução de erros e a melhoria dos resultados”, afirma.
A segunda palestra canadense foi ministrara por Leslee J. Thompson, presidente e CEO da Health Standards Organization & Accreditation Canada. Além de reforçar a ideologia vendida por sua conterrânea, Leslee trouxe a público muitas experiências que adquiriu ao visitar 16 países em busca de informação. “Falando com pacientes e suas famílias, o que aprendi é como são comuns os problemas e desafios que nossos sistemas de saúde enfrentam. Estamos ouvindo as pessoas para visualizar qual será o futuro. Ainda não estamos fazendo um excelente trabalho, mas estamos no caminho certo”, finaliza.
Na sequência foi a vez da Holanda, que teve seu sistema de saúde considerado pela sexta vez consecutiva como o melhor da Europa. Apresentada por Nico Schiettekatte, cônsul de Inovação, Tecnologia & Ciência em São Paulo, a nação trouxe três palestrantes para tratar de assuntos específicos: políticas e programas voltados para a segurança do paciente e os novos modelos assistenciais implantados após a reforma do sistema de saúde; o case de sucesso da Buurtzorg Neighborhood Nursing, organização que oferece cuidados de enfermagem em domicílio para mais de 70 mil pacientes ao ano; e o ParkinsonNet, plataforma inovadora para cuidados em doenças degenerativas que une paciente e cuidador.
“Em 2006 reformamos o sistema de forma rigorosa. Desenvolvemos uma parceria público-privada na qual o governo trabalha próximo aos prestadores de serviço de saúde. Não é algo voltado a entidades que visam ao lucro, mas sim à saúde dos pacientes. E, então, a competição cria a qualidade necessária para o sistema”, comenta Bas van den Dungen, vice-ministro de Saúde da Holanda e responsável pela primeira apresentação do time.
Na sequência, Gertje van Roessel, diretora internacional da Buurtzog, apresentou a proposta da empresa que é considerada agente de mudanças na prestação de serviços de enfermagem em domicílio e atende 60% do mercado holandês. Com mais de 10 mil enfermeiros altamente qualificados, criam soluções positivas com proatividade.
A participação final holandesa no primeiro dia do CISS foi comandada por Bas Bloem, fundador e membro da diretoria da ParkinsonNet, plataforma que oferece informações e sobre doenças degenerativas, como o Mal de Parkinson, e conecta, via Internet, mais de três mil profissionais como enfermeiros, fisioterapeutas e fonoaudiólogos a pacientes e seus familiares. “Queremos ensinar o Brasil como criar um sistema próprio, pois um programa de treinamento acaba sendo muito mais eficiente. Estamos aqui para ajudar os pacientes brasileiros, mas também para aprender e ajudar ainda mais os nossos”, finaliza.
Líderes de Taiwan e Argentina comentam a acessibilidade do sistema – Abrindo a participação de Taiwan no CISS, Yen Yi-Bin, diretor do Taiwan Trade Center do Brasil, declarou satisfação em participar do congresso. “Taiwan é reconhecido como um dos países líderes no desenvolvimento de melhorias e avanços do atendimento à saúde por meio de sistemas seguros e serviços hospitalares. Estamos aqui para contribuir e compartilhar nossas experiências”, declara.
Assim como o Canadá, Taiwan apresentou duas palestras. A primeira delas, comandada pelo doutor Po-Chang Lee, diretor geral do National Health Insurance Administration, enfatiza a cobertura de saúde universal. Ao apresentar o modelo de seguro de saúde do país, juntamente com suas conquistas e inovações, Lee destaca o acesso da população ao sistema. “A satisfação do nosso público está no fato do cuidado chegar a todos os cantos das cidades. Temos diversos hospitais nas áreas urbanas e temos, também, um sistema de entrega para as áreas remotas que faz com que todas as pessoas sejam cobertas por nosso seguro de saúde nacional. Mesmo se a estrada não é muito boa, nossa equipe chega para oferecer os cuidados. As populações aborígenes da nossa região também recebem este tipo de serviço”, declara sobre uma das similaridades entre Taiwan e o Brasil, que também precisa garantir acessibilidade à saúde inclusive para as áreas indígenas e mais longínquas.
A segunda palestra de Taiwan foi comandada por Hsun-Hsiang Liao, diretora executiva adjunta da Joint Commission de Taiwan, que falou sobre a implantação de um sistema de indicadores de desempenho clínico e sobre o desenvolvimento do sistema de notificação de segurança dos pacientes.
Encerrando o primeiro dia do CISS, a Argentina tomou à frente do congresso apresentada por Marcos Bednarski, cônsul geral adjunto em São Paulo. “Na Argentina temos um sistema aberto, não discriminatório, que permite que alguns habitantes dos países vizinhos cheguem à nós para receber assistência”, comentou sobre o acesso de estrangeiros para tratamento dentro do sistema de saúde Argentino.
Sequencialmente à apresentação de Bednarski, a doutora Graciela Arroyo, diretora do departamento Médico Legal da Noble Seguros, empresa líder na área de seguros de responsabilidade profissional de Buenos Aires, traçou um panorama sobre a experiência argentina em segurança do paciente e o processo de judicialização das relações entre prestadores e clientes. “Somos uma companhia com mais de 3 mil segurados e nos baseamos em três pilares principais: segurança do paciente, assessoria média legal e defesa, e cobertura patrimonial dos segurados”, destaca. Segundo ela, não devemos condenar os erros, mas sim trabalhar para que eles não ocorram: “se conseguimos evitar, não são acidentes, são erros evitáveis”, enfatiza. Fechando o ciclo de palestras deste primeiro dia do CISS, a Argentina trouxe informações sobre políticas e programas de segurança do paciente no país comandadas pelos doutores Alejandro Ramos, secretário de Políticas, Regulação e Institutos; Ricardo Viotti, diretor de Planejamento de Gestão dos Serviços de Saúde; e Pablo Muntaabski, diretor Nacional de Redes de Serviços de Saúde.
Nesta quinta-feira, o CISS abre espaço para uma série de experiências inovadoras voltadas para a segurança do paciente. Dentre os destaques, a participação do Hospital Israelita Albert Einstein falando sobre segurança de risco; palestras sobre tecnologias brasileiras de biologia molecular, ideias interessantes que aliam informática e genética e muitas outras atrações. A primeira palestra está marcada para às 9h no segundo mezanino. O programa completo do CISS está disponível no portal da Hospitalar. Clique AQUI para visualizar.