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“A pandemia trouxe protagonismo à medicina diagnóstica”

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Para Milva Pagano, diretora-executiva da Abramed, o setor no Brasil atende aos padrões mundiais de qualidade. Veja a entrevista na íntegra.

Os laboratórios que fazem parte da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) realizaram mais de 10 milhões de exames para detectar a COVID-19 em 2020. “É um número bastante expressivo, que representa 43,1% de todos os testes realizados em nosso país”, diz Milva Pagano, diretora-executiva da entidade. “Demonstra a importância do setor de Medicina Diagnóstica.

Advogada especializada em saúde, Milva entrou para os quadros da Abramed em janeiro de 2021. No entanto, já possui ampla experiência em associações, incluindo a presidência da Aliança para Saúde Populacional (ASAP) e da Associação Brasileira dos Profissionais de Recursos Humanos (ABPRH). Na bagagem profissional, também carrega a coautoria do livro Boas práticas em gestão de saúde corporativa, além de ser a coordenadora do curso de extensão em Gestão da Saúde Corporativa do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo.

A Associação carrega uma longa parceria com os eventos do portfólio de Saúde da Informa Markets. Dando as boas-vindas à Milva, a equipe da Hospitalar entrevistou a executiva, que contou mais sobre sua trajetória, as metas da associação para este ano, além da importância da relação entre a feira e a Abramed. Confira na íntegra:

Hospitalar: Quais desafios acredita que terá como diretora-executiva da Abramed?

Milva Pagano: A medicina diagnóstica é um setor bastante complexo. Tem grande importância porque nos acompanha desde o nosso primeiro dia de vida. Já nascemos utilizando um serviço da medicina diagnóstica quando fazemos o teste do pezinho.

A partir daí, seguimos dependendo cada vez mais de exames. A medicina diagnóstica é a base para o processo de tomada de decisão de maneira assertiva e correta dos profissionais da área de saúde. É um setor apaixonante.

Entrei na área de saúde como advogada e posteriormente exerci cargo executivo dentro da saúde complementar e saúde corporativa. Por incrível que pareça, a gestão da saúde demorou muito para entrar na pauta das empresas. Quando falamos em gestão de saúde corporativa é muito diferente de falar de gestão de benefícios. Fui também presidente da Aliança para Saúde Populacional (ASAP), pioneira em trazer referências para o mercado em gestão de saúde populacional. As passagens por entidades e associações sempre fortaleceram o meu olhar, preocupação e empenho na construção social. Dentro de uma entidade temos muito forte o papel de “construtores sociais”.

Acredito que na Abramed vou poder agregar valor aos desafios da Medicina Diagnóstica que envolvem questões diversas e exigem muito diálogo intersetorial. É onde ter bons caminhos de contato com públicos estratégicos, como o poder executivo, o legislativo, órgãos reguladores e a imprensa, mostra-se cada vez mais necessários. É importante construir clareza na comunicação entre todos os elos, entre todos os players da cadeia.

H: Quais são principais metas da associação para 2021?

MP: Hoje as associadas da Abramed representam 56% de todos os exames realizados na rede suplementar brasileira. 

Em nossos quadros de associados, temos laboratórios, clínicas de imagem e hospitais de todos os portes prestando atendimento em todo o território nacional.

Para 2021, a nossa meta é fortalecer a nossa representatividade, ampliando a nossa carteira de associados para que possamos, cada vez mais, atuar nas necessidades do setor da medicina diagnóstica e da saúde suplementar, dando atenção à saúde da população.

H: Quais aprendizados da medicina diagnóstica com a pandemia de COVID-19 a senhora destacaria?

MP: A pandemia, de um modo geral, foi um processo de grande transformação. Um período muito difícil, mas também de muito aprendizado a todos os setores.

A pandemia trouxe protagonismo à Medicina Diagnóstica, principalmente considerando o direcionamento dado pela Organização Mundial de Saúde (OMS): além do isolamento social e uso de máscara, a orientação de testar o maior número de pessoas para evitar a propagação do vírus.

Vimos laboratórios privados trabalhando arduamente para prover os testes necessários. Rapidamente os laboratórios desenvolveram kits de diagnóstico RT-PCR in house e começaram a buscar alternativas para ampliar a capacidade de testagem no país.

Além do RT-PCR e dos testes sorológicos, nós desenvolvemos o teste por proteômica, que também detecta a COVID-19 na fase aguda da doença ao identificar a proteína do novo coronavírus nas amostras do paciente. Também o sequenciamento genético de nova geração para detecção em larga escala da infecção, além do RT-LAMP, outro exame de biologia molecular capaz de identificar a doença por amostra de saliva.

Os laboratórios associados à Abramed realizaram mais de 10 milhões de exames para detectar a COVID-19 em 2020. É um número bastante expressivo, que representa 43,1% de todos os testes realizados em nosso território.

Com base em tudo isso, podemos afirmar que a pandemia nos mostrou que o setor de medicina diagnóstica brasileiro é um setor forte e que tem uma participação extremamente importante para garantir atendimento à população.

Possuímos competência e expertise para atender aos principais padrões mundiais de qualidade.

Temos que proteger o setor para que continue investindo em pesquisa e inovação, gerando empregos e cuidando da nossa população. Sempre com o olhar para a saúde das pessoas para conseguir diagnosticar e tratar as patologias da melhor forma possível.

H: Como vê o futuro da medicina diagnóstica no país?

MP: A medicina diagnóstica não para de evoluir. Em 10 anos, que é o tempo que temos de Abramed, houve inúmeros avanços. Podemos afirmar que 70% das decisões médicas se baseiam em exames laboratoriais.

A tendência é que essa porcentagem cresça cada vez mais.

Porém mais do que a contribuição diagnóstica, o setor atua para auxiliar os médicos no melhor direcionamento dos tratamentos.

Hoje nós temos a genômica e os métodos moleculares impulsionando a medicina personalizada. É possível encaminhar o tratamento mais adequado para cada paciente, de acordo com suas características de saúde, suas particularidades dentro daquela patologia. Dessa forma, agrega-se positividade aos prognósticos e melhoramos a qualidade de vida dos pacientes.

H: A Hospitalar conta com apoio de longa data da ABRAMED. Como vê a importância do evento para fomentar negócios e reflexões sobre o setor da saúde?

MP: O reconhecimento da Hospitalar transpassa as fronteiras da saúde. Atinge, inclusive, outros setores que indiretamente contribuem com o nosso segmento. Isso é excelente, principalmente num momento em que notamos que a união e o diálogo com todos os atores são indispensáveis.

Além disso, o evento fomenta o networking dessa complexa cadeia, fazendo com que as inovações cheguem aos principais consumidores. A Hospitalar promove uma agenda de conhecimento muito importante para todos os que trabalham nessa área. Os assuntos envolvem desde profissionais da linha de frente, aqueles que precisam cada vez mais dessa facilitação de acesso à informação, até os gestores responsáveis pelas decisões que melhoram o dia a dia das organizações e garantem atendimento de qualidade aos pacientes. Infelizmente a pandemia nos impossibilita a interação presencial. Esse ambiente promovido pela Hospitalar faz falta, mas esperamos que logo seja possível voltar ao contato presencial, ou pelo menos parcialmente. É a expectativa de todos.

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