Encerrando com chave de ouro o terceiro dia do Omnia Health Live Americas, o painel patrocinado pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) abordou um tema atual e necessário: Um novo olhar para os sistemas de saúde no mundo: reflexões e aprendizados de uma pandemia sem precedentes, afinal, todos os sistemas de saúde foram colocados à prova com a chegada do vírus desconhecido e da doença sem cura ou tratamento.
A discussão foi mediada pelo renomado economista social e consultor internacional em saúde André Medici, que apresentou o panorama da COVID-19 no Brasil e no mundo, dando números e dados que mostram que a pandemia ainda está presente, e pior, voltou a acelerar na Europa. Em seguida, passou a palavra para Jarbas Barbosa, que é vice-presidente da Organização Pan-Americana da Saúde.
Jarbas afirmou que as piores previsões podem acontecer, e temos de estar preparados para elas, porque a pandemia pegou a maioria dos países de surpresa e a maioria dos planos de preparação para emergência desses países não trabalhavam com uma possibilidade muito real de um mundo pandêmico. “A OMS estabeleceu um grupo de alto nível que está fazendo uma avaliação independente, objetiva, externa e eu acredito que seria muito importante que dessa avaliação saíssem recomendações para ampliar alguns mandatos que se encontram no Regulamento Sanitário Internacional, que permitam uma melhor preparação para uma futura pandemia”, completou Barbosa.
Participou também do debate o médico sanitarista Gonzalo Vecina, professor da Faculdade de Medicina da USP, que enfatizou a importância da atenção primária na pandemia. “A atenção primária em um primeiro momento falhou, porque não havia EPIs para ir na casa das pessoas, e por causa do risco de contágio nos hospitais as pessoas ficavam em casa e morriam em casa”, completou Vecina.
O sanitarista ainda afirma que no início um dos utensílios que faltava era o oxímetro nas Unidades Básicas de Saúde e sem ele não era possível medir o oxigênio no sangue dos infectados. Isso resultava em um atraso na oxigenoterapia e deixava os casos mais graves à mercê de seus pulmões, que ficavam sem oxigênio, resultando na morte do paciente.
Evandro Tinoco, presidente do Comitê Associativo da Anahp, foi o terceiro elemento a trazer o seu ponto de vista. Para ele, os investimentos em qualidade e segurança ao longo dos anos colocaram os hospitais da Anahp em outro patamar. “Os hospitais da Anahp não deixaram ninguém do lado de fora, tiveram condição de poder planejar e se preparar, então eu tenho muita certeza de que eles se tornarão centros conectores da transformação da saúde”. Segundo ele, esses hospitais, durante a pandemia, passaram por vários momentos de ter que horizontalizar a gestão. “Os gestores tiveram de aprender a ser como médicos e tolerar a incerteza”, finalizou.
Esse painel de debate foi apenas mais um dos inúmeros apresentados durante a semana do dia 2 ao dia 6 de novembro no Omnia Health Live Americas. O evento, em formato 100% digital, realizado pela Hospitalar em parceria com a FIME (EUA) e a ExpoMed (México) é a maior exposição virtual de networking da área da saúde no Brasil.
Na plataforma você pode encontrar diversos painéis de discussão ou palestras como essa, acessados de forma online, ao vivo e on-demand. O OHLA busca conectar fornecedores atuais e novos, ampliar seu networking e apresentar novos produtos e serviços de mais de 700 empresas nacionais e internacionais da área da saúde. Inscreva-se gratuitamente através do site live.omnia-health.com/americas .