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Comunidade de Arquitetura e Infraestrutura para a saúde discute estratégias para o desenvolvimento do setor na Digital Journey

Article-Comunidade de Arquitetura e Infraestrutura para a saúde discute estratégias para o desenvolvimento do setor na Digital Journey

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Na noite desta terça-feira (11), a comunidade de Arquitetura e Infraestrutura para a Saúde refletiu sobre o que constitui um espaço de saúde e as estratégias atuais para o desenvolvimento do setor, e promoveu um espaço de troca de experiências e conhecimentos entre os profissionais envolvidos na criação, manutenção e gestão dos espaços dedicados à cura e à promoção da saúde.

A segunda semana da Digital Journey by Hospitalar está no ar! Nos dias 12, 13 e 14 de maio as comunidades do setor se encontram em uma jornada 100% online, cheia de conteúdos especializados com temas relevantes e uma plataforma que disponibiliza experiências de networking para oportunidades de novos negócios.

Todo o conteúdo do encontro está disponível on demand e pode ser acessado gratuitamente. Basta realizar a inscrição aqui.

Na noite desta terça-feira (11), a comunidade de Arquitetura e Infraestrutura para a Saúde refletiu sobre o que constitui um espaço de saúde e as estratégias atuais para o desenvolvimento do setor, e promoveu um espaço de troca de experiências e conhecimentos entre os profissionais envolvidos na criação, manutenção e gestão dos espaços dedicados à cura e à promoção da saúde.

Confira os destaques da noite:

Adriana Levisky abre a comunidade Arquitetura e abordando a construção de ambientes saudáveis

Abrindo a noite desta terça-feira, Adriana Levisky, Sócia-titular do Levisky Arquitetos I Estratégia Urbana falou sobre como lidar com a qualificação e o tratamento mais inclusivo e saudável, na perspectiva de requalificação dos equipamentos de saúde, considerando o contexto urbano ao redor dos equipamentos hospitalares.

Para contextualizar, Adriana falou sobre o pano de fundo dessa reflexão: o fato da urbanização ser uma das tendências mais transformadoras do século XXI; a Meta de Desenvolvimento urbano sustentável da ONU Habitat com os objetivos globais de tornar as cidades mais inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis; a premissa de que as cidades podem ser a fonte de soluções para os desafios enfrentados pelo mundo, e não a sua causa (premissa que o Acordo de Paris apoiou-se); e o fato de que a desigualdade social e a falta de acesso aos serviços básicos têm se tornado cada vez mais explícitos por causa da pandemia de Covid-19.

Diante desta problemática, Adriana ressaltou a necessidade de se refletir a respeito das condições da saúde social, ambiental, econômica, mental e física da população e da reflexão sobre oportunidades relacionadas à atuação das instituições de saúde, sobretudo privadas, frente a tal realidade.

Diante deste contexto, é necessário tratar os Planos Diretores Hospitalares como Planos Diretores Urbanísticos Hospitalares, trazendo a perspectiva e a interrelação entre os equipamentos de saúde para com a cidade, a vizinhança”, explicou. Por causa disso, uma pesquisa vem sendo realizada desde 2013 para entender as características relacionadas à expansão de hospitais no município de São Paulo e a subsequente regulamentação legal de instrumento jurídico urbanístico.

O resultado da pesquisa foi a aprovação pela Câmara Municipal, de um instrumento jurídico legal para a criação do conceito de Complexos de Saúde. “Ao redor deste conceito, criaram-se regras e parâmetros de incentivos para a expansão e qualificação dos equipamentos de saúde existentes, olhando para fora dos seus muros e abarcando a sua vizinhança”, pontuou Adriana. Complexos de saúde consistem em um conjunto de edificações organizadas por vários blocos próximos, muitas vezes em quadras distintas, que podem ou não ser conectadas por túneis ou passarelas.

A partir da aprovação deste instrumento legal, inúmeras oportunidades abrem-se no campo da arquitetura e urbanismo hospitalar, em especial no contexto da inclusão social e no universo da qualificação da saúde pública.

Adriana, então, apresentou um estudo de caso que aborda os incentivos urbanísticos aplicáveis às edificações de saúde e sua relação com a cidade e a vizinhança. A premissa do projeto é tratar o desenho urbano como instrumento de inclusão e de oferta de experiências e protocolos em saúde pública nas cidades, para garantir, através do projeto, oportunidades e experiências no espaço público com foco em saúde.

ABDEH media o painel “O que define a saúde de um ambiente construído?”

Após a abertura de Adriana, Levisky, Márcio Oliveira, Vice-presidente Técnico e Científico da Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar (ABDEH) e mediador do debate falou sobre como a arquitetura dos espaços de saúde é importante, principalmente nesse momento de pandemia.

Eleonora Zioni, Mestre em Arquitetura, professora e coordenadora do curso de pós-graduação em Arquitetura Hospitalar do Hospital Albert Einstein, abriu a mesa a complexa pergunta que intitula o debate de forma simples: “Um ambiente saudável é aquele que colabora para que todos os usuários (pessoas) sintam-se bem e possam desenvolver suas atividades (processos) de maneira produtiva”. Então, como conceber ambientes saudáveis?

Eleonora destacou 3 pontos que devem ser considerados na hora de formar um ambiente saudável. O primeiro é a saúde mental, então os ambientes de saúde devem ser ambientes que evitem estresse e incentivem o autocuidado. O segundo é a saúde física, então, devem ser aplicados os 9 fundamentos do edifício saudável que são a segurança, conforto térmico para saúde, controle da umidade, evitar poeira para minimizar alergias, qualidade da água, acústica, iluminação e vistas, ventilação e renovação do ar. O terceiro ponto é a saúde-social, então, ambientes devem ser resilientes para novos desafios, devem controlar a emissão de gases, combater a desigualdade, promover a segurança alimentar e o controle de zoonoses (doenças transmitidas de animais para humanos e vice-versa).

Em seguida, Fábio Bitencourt, Membro do Comitê Executivo da Internacional Federation of Healthcare Engineering (IFHE) comentou a grande relevância do tema para os arquitetos que trabalham com saúde, e para todas as pessoas, pois a necessidade da adequação das condições de saúde é pertinente para todos.

Fábio falou, também, da definição da RDC 50/20 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre as condições de conforto na edificação para a saúde de acordo com as condições climáticas. Dentro deste contexto, existem dimensões endógenas, que consideram o edifício em sua finalidade de criar condições desejáveis de saúde ao distanciar as pessoas das variáveis ambientais e climáticas externas; e dimensões exógenas, que observam os impactos causados pelas construções no meio ambiente externo, alterando de forma positiva ou negativa suas condições climáticas naturais. Por isso, segundo Fábio, “Nenhum  plano arquitetônico abstrato pode dar a fórmula de um bom hospital. O hospital já não é uma simples figura arquitetônica.”

Além disso, antes de passar a palavra, Fábio falou dos aspectos fundamentais para a saúde de uma edificação para assistência à saúde:

  • Expansibilidade: encontrar soluções dentro do espaços existentes, os próprios espaços construídos, nos espaços ociosos ou naqueles que podem ser remanejados face a necessidade.
  • Flexibilidade: soluções e conceitos que permitam alterações fáceis e rápidas com tecnologias que apresentem novos materiais e facilidades.
  • Contiguidade: propor espaços unindo os serviços essenciais para os cuidados dos pacientes, agrupando procedimentos relacionados ao risco de morte e sofrimento, diminuir percursos e tempo de atendimento.
  • Conectividade: conexões entre os espaços projetados com ordenamento funcional, considerando aspectos relacionados à distância, urgência, prioridade, necessidade e peculiaridade, na utilização de fatores custo x benefício considerando equipamentos e recursos humanos disponíveis.
  • Conformidade: O espaço deve estar de acordo e conforme o que tenha sido previsto para ser desenhado e executado como função para aquele local.

O terceiro a falar foi Antônio Pedro Alves de Carvalho, Professor titular da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Coordenador do Grupo de Estudos em Arquitetura e Engenharia Hospitalar (GEAHOSP) da mesma faculdade.

Antonio fugiu um pouco da questão do edifício saudável e falou do conceito de edifício doente, definido no início do séc. XX. Um edifício doente é aquele em que as pessoas que entravam no edifício se sentiam mal. Na época, foram elencadas características provocadoras de doenças, como a falta de ventilação, ambiente com poluentes internos (tinta, cola, fumaça de cigarro), ar condicionado sem manutenção e a falta de janelas.

“Esses fatores definidos antigamente, nos guiam, hoje, para a construção de um edifício saudável”, explicou Antônio. Para ele, estudar aquilo que provoca doenças nos edifícios é essencial, principalmente para um hospital, que visa curar as pessoas e não deixá-las mais doentes.

Na pandemia, a contaminação se dá pelo ar, então nunca foi tão necessário cuidar e manter a qualidade desse ar, inclusive em pequenos estabelecimentos. Outra questão que deve ser destacada é a iluminação natural do ambiente, pois sem isso as pessoas ficam mais estressadas. Lavatórios bem posicionados também são determinantes para a saúde do edifício.

A programação da Digital Journey by Hospitalar continua nessa semana! Todo o conteúdo do encontro está disponível on demand e pode ser acessado gratuitamente. Basta realizar a inscrição aqui.

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