Focado em reabilitação e colocando a dor em debate, o terceiro dia de Aquecimento Hospitalar - evento digital que antecede a edição física da feira - reuniu especialistas para um momento de troca de conteúdo e discussão. Transmitido gratuitamente na plataforma Hospitalar Hub, as discussões trouxeram a dor crônica como um fenômeno a ser enfrentado, discutindo também como a tecnologia e o avanço da medicina têm lidado com isso.
Na abertura do evento, Eduardo Barros, diretor do portfólio de saúde da Informa Markets, compartilhou uma boa notícia: a feira Hospitalar,que acontece entre 17 e 20 de maio, já está com 100% do pavilhão ocupado. “Estamos muito empolgados com a proximidade dessa edição física, depois de dois anos. Vai ser um evento com muitas oportunidades de atualização profissional, conteúdo, networking e negócios”, defendeu. Além disso, o diretor comentou que é possível começar a planejar desde já a visita à feira. “Essa plataforma onde estamos fazendo o aquecimento pode ser usada para visitar as páginas dos expositores, consultar a agenda dos congressos, favoritar produtos e até iniciar o contato com os fornecedores. Isso ajuda a ganhar tempo e otimizar a visita, para tirar o melhor do evento presencial”, comentou.
Curadora dos conteúdos do dia, a Dra. Linamara Batistella, professora titular de fisiatria na Faculdade de Medicina da USP, se pronunciou na abertura sobre a importância de encontros e conversas como estas. “Reunimos hoje convidados muito interessantes para discutir temas fundamentais da saúde; tanto quando falamos sobre como garantir o acesso à assistência para todas as classes sociais quanto quando abordamos o fenômeno da dor, vemos com clareza o papel que a tecnologia desempenha e como isso pode afetar os modelos assistenciais e levar a novas dinâmicas nas relações entre médicos e pacientes”, defendeu.
Tecnologia, voluntariado e acesso à saúde
Na primeira apresentação do dia, o convidado foi Rubem Ariano, fundador do instituto Horas da Vida. Ariano dividiu com os presentes um pouco da história da instituição, que busca diminuir a distância entre a população e o acesso à saúde. Uma parcela muito pequena dos brasileiros tem acesso à saúde privada, e a imensa maioria depende exclusivamente do SUS. Conseguir cobrir as dimensões do nosso país é um desafio. Com isso, aumenta a necessidade de termos ferramentas e tecnologias ao nosso lado, para levar saúde para quem mais precisa”, comentou. Ariano também explicou algumas das próximas iniciativas do instituto, que passou a aplicar soluções de telemedicina em prol de uma saúde mais inclusiva.
Além disso, em parceria com a Hospitalar, o Instituto Horas da Vida está em campanha para aumentar a quantidade de horas de atendimento doadas por médicos e de recursos para o instituto. Sob o nome “DOE SAÚDE”, a campanha está em andamento até 01/07. Saiba como participar aqui: https://www.hospitalar.com/pt/quem-somos/campanhas-sociais.html
Desafios do universo da dor
“Dor é um conceito muito mais complicado do que só algo que passa tomando um remédio - ela é um sistema de proteção e alerta para o nosso corpo”, comentou a Dra. Andrea Furlan, especialista em dores crônicas e cientista sênior do Instituto de Reabilitação de Toronto, na abertura do painel de debates do dia. Ao longo do painel “Universo da dor”, formado também pelo Dr. Roberto Rachid e com moderação da Dra. Linamara Batistella, entraram em pauta as dificuldades enfrentadas por pacientes e profissionais, além de soluções descobertas para o diagnóstico e tratamento da dor crônica.
Reforçando que a dor não é só um sintoma, mas parte de um sistema complexo, a especialista defendeu que conhecer os detalhes da classificação da dor leva a um diagnóstico mais claro. “Infelizmente, a dor primária e a dor secundária são frequentemente tratadas da mesma forma, e não deveriam - por isso, pacientes com dores crônicas acabam recebendo tratamentos que não solucionam esse sistema. Tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento, essas dores exigem abordagens diferentes por parte do profissional de saúde”, disse.
Essa visão é compartilhada pelo Dr. Rached. “Muitas vezes os profissionais negligenciam as dores primárias, desumanizando o tratamento e tirando do paciente a oportunidade da melhora - por isso, esse é um tema indispensável para discutirmos”, concordou. “A medicina da dor ainda é muito pobremente definida, assim como a dor em si. Muitas vezes um paciente crônico tem um histórico de 15 anos de exames e dores sem diagnóstico. Onde está o problema? No médico, no paciente ou na medicina, que ainda ainda não sabe enxergar a dor do paciente? Por muito tempo, acreditamos que era possível tratar todo tipo de dor com injeções e opióides. Hoje, sabemos que isso não é verdade”, disse.
Médico fisiatra da USP, Rached trouxe ao painel alguns exemplos de como ele e sua equipe têm trabalhado no tratamento de dores crônicas, com o uso de ultrassom e outras tecnologias. “Tivemos resultados bem interessantes com a aplicação de injeções guiadas por USG. Observamos 43% de redução de dor no procedimento e 59% de redução de dor global”, contou.
Para a Dra. Linamara, o estudo da dor deve ganhar ainda mais importância nos próximos anos, considerando que estamos nos tornando cada vez mais intolerantes à ideia de sentir dores. “Como sociedade, vemos uma extrema intolerância ao desconforto e à dor - talvez essa também seja uma questão para discutirmos com nossos pacientes, que podem precisar aprender a conviver com um certo nível de dor até que os tratamentos apresentem resultados”, acredita.
Conteúdo sob demanda e feira Hospitalar
Todas as discussões foram gravadas e estarão disponíveis on demand dentro da Hospitalar Hub. O Aquecimento Hospitalar acontece até o dia 7 de abril e a programação completa pode ser consultada na plataforma.
O credenciamento para visitar presencialmente a feira Hospitalar 2022, no São Paulo Expo, também está aberto. Acesse o site do evento para se cadastrar e acompanhar as novidades e os conteúdos previstos para os congressos, cursos e arenas e utilize o cupom AQUECI20 para obter desconto de 20% nos cursos e congressos.