Uma das atrações do segundo dia da 27 edição da Feira da Hospitalar foi o início do Fórum de Facilities. O Congresso de Hotelaria e Facilities abriu sua programação com o tema: Design, Sustentabilidade e Gestão.
A palestrante foi Ana Paula Naffah Perez - Arquiteta e Urbanista, sócia fundadora da C+A Arquitetura e Interiores, empresa com mais de 20 anos no mercado de saúde, e que irá assumir o cargo de presidente da ABDEH - Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar de São Paulo - em outubro deste ano. Como moderadora, o congresso recebeu a atual presidente da Associação, Elisabeth D’Abreu Hirth.
Quem abriu o evento foi o coordenador científico de facilities da Hospitalar, Prof. Marcelo Boeger. “Estamos muito felizes de estar de volta presencialmente após os dois anos de pandemia. É um momento de transformação em todos os hospitais e setores da saúde. O cenário mudou muito e os serviços de hotelaria e facilities estão participando diretamente do bem estar e fluxo dos pacientes”, resumiu.
“Entendemos que os espaços de saúde precisam ser desenvolvidos com uma equipe multidisciplinar e por isso a hotelaria e as facilities são importantes no desenvolvimento de projetos”, complementou Elizabeth.
A apresentação ressaltou o contexto histórico dos edifícios hospitalares e como as grandes pandemias mudaram a concepção da arquitetura de saúde. "Se temos uma certeza é que a pandemia da covid-19 assim como a da Gripe Espanhola, desencadeou uma evolução nas tipologias", explicou Ana Paula, que ainda destacou 10 tendências para o design de arquiteturas hospitalares.
- A primeira diz respeito aos ambientes resilientes. Com a covid-19 houve uma grande necessidade de criar unidades resilientes para que os setores possam ser adaptados rapidamente para atendimentos de outras enfermidades.
- A segunda tendência fala sobre o design baseado em evidência. À medida que os dados hospitalares estão mais disponíveis, está sendo possível visualizar uma expansão em relação a esse ponto. Os princípios de pesquisa e neuroarquitetura podem contribuir para a elaboração de edifícios que contribuam cada vez mais com a saúde e o bem estar dos usuários.
- O terceiro ponto leva em consideração a fusão global. “O Brasil se destaca nesse ponto, quando comparado a arquitetura de outros países. Nossos projetos são muito interessantes”, disse Ana.
- A tendência número 4 fala da importância da prevenção e saúde nos ambientes hospitalares.
- Ciência e pesquisa integrada resumem a 5 tendência. “Precisamos investir em ambientes que possam analisar as doenças futuras. Para isso é fundamental sensibilizar os gestores sobre a importância do investimento”, ressaltou.
- Nos últimos anos, o foco do trabalho do setor da saúde tem sido no paciente, mas é fundamental também se pensar nos colaboradores e é sobre isso que fala a tendência número 6.
- A sétima tendência é apoiada na tecnologia enquanto a oitava na importância de trazer a natureza para dentro do ambiente hospitalar. “Alguns estudos mostraram que a cura do paciente pode ser mais rapida”, contou Ana.
- "Atualmente também se mostrou ser fundamental o imediatismo e a conexão, por isso, é importante que os gestores consigam realizar laudos remotamente", falou sobre a nona tendência
- A última tendência ressalta que os locais e ambientes hospitalares devem sempre ser limpos, duráveis e sustentáveis. "A arquitetura e a estética para a saúde ajudam a criar ambientes saudáveis que inspiram e ajudam no processo de cura. Nosso dever é esse como arquitetos”, finalizou a fundadora da C+A Arquitetura e Interiores.
A programação segue na quinta-feira, com o painel "Excelência em Serviços - Gestão de infraestrutura: da hotelaria aos serviços de manutenção e facilities",além de dois debates.