A Anahp - Associação Nacional de Hospitais Privados – parceira institucional da Hospitalar, está promovendo uma série de webinars, com grandes nomes do mercado, para discutir assuntos relevantes sobre a pandemia do novo coronavírus. Na última semana, a associação trouxe para discussão o tema “COVID-19: Impactos de adiar tratamentos e a retomada de procedimentos hospitalares”.
Dados da associação dizem que o número de atendimentos em março deste ano caiu 50%, se comparado ao mesmo período de 2019. Isso se dá em grande parte devido à insegurança das pessoas em buscar ajuda médica ou continuar seus tratamentos durante a pandemia, com medo de contraírem o vírus durante uma ida ao hospital.
Para falar sobre o assunto, estiveram reunidos Ary Ribeiro, CEO do Hospital Infantil Sabará; Erickson Blun, presidente do Hospital Vera Cruz de Campinas; e Fernando Maluf, fundador do Instituto Vencer o Câncer e diretor do serviço de Oncologia Clínica da BP; e Henrique Salvador, conselheiro da Anahp.
Henrique Salvador, conselheiro da Anahp e presidente da Rede Mater Dei de Saúde, começou a conversa e foi mediador no momento. Ele abriu o webinar contextualizando o assunto: pacientes estão deixando de frequentar as unidades de saúde, primeiro porque as entidades reguladoras fizeram essa recomendação; segundo, porque a população está com medo de se contaminar nas instituições de saúde.
Ary Ribeiro é o primeiro a comentar a situação. Ele diz que no hospital infantil Sabará nunca houve números expressivos de casos de pessoas infectadas pela COVID-19. Isso, porque foi desenvolvido modelos de simulação para tentar entender o que eles poderiam esperar para o mundo pediátrico, considerando o que vinha das experiências internacionais.
“Estamos vivendo um momento de insegurança e incerteza, que vai se estender até quando tivermos a percepção de que existe uma vacina eficaz ou a percepção de que nós sabemos manusear os quadros mais graves da doença. Algumas mudanças de hábitos sanitários vieram para ficar, o que vai significar uma mudança de padrão da demanda de atendimento médico”, completa Ary.
Já Erickson Blun ressalta que estamos vivendo um momento único e de muito aprendizado. “Nunca as verdades se transformaram tão rapidamente em mentiras. Tudo está mudando muito rápido. É um momento que podemos usar para nos reinventar”, afirma.
Ele ainda comenta que o momento de reconstrução é importante, mesmo com as fortes dificuldades que todos os hospitais estão passando, com a redução de produtividade e faturamento, além do grande aumento nos custos com horas extras, profissionais afastados e insumos. Por fim, ele fala sobre um dos grandes legados que a pandemia pode nos trazer: a reorganização do sistema, tanto de saúde suplementar quanto do sistema único.
Fernando Maluf finaliza o tópico trazendo consigo dois dados importantes - um sobre o aumento de mortes de pacientes oncológicos no Reino Unido e outro sobre a falta de diagnóstico precoce de câncer, mudando a rédea do próprio curso do seu tratamento e da doença. “Muitas mudanças de infraestrutura desestabilizaram essas pessoas. No próximo ano, teremos uma explosão de casos de câncer e casos mais graves da doença. O ‘hiper estrago’ não será só para quem pegou coronavírus”, complementa Fernando.
Ao fim do primeiro bloco, em que os palestrantes deram as primeiras impressões sobre o tema, o público pode ouvir respostas às suas perguntas, entre elas sobre a questão do retorno às aulas.
Ficou interessado no tema e quer saber a resposta que eles deram para as perguntas? Você pode acessar o vídeo completo no canal da Anahp no YouTube.
