A primeira instituição brasileira a receber a certificação “Silver Performance Achievement Award” foi o HCor (Hospital do Coração), em São Paulo. A certificação ocorreu em maio e reflete a qualidade no atendimento e interação das equipes no tratamento dos pacientes com infarto agudo do miocárdio.
O HCor é um dos cinco hospitais brasileiros que participam do ACTION Registry®, um programa de referência mundial que visa a melhoria da qualidade em pacientes com Infarto Agudo do Miocárdio (IAM). O programa foi desenvolvido pela Fundação American College of Cardiology (FACC) e graças aos resultados positivos que o Hcor apresentou ao longo dos anos, recebeu o reconhecimento por meio dessa certificação.
“Neste programa estão cadastrados cerca de 2200 hospitais no mundo e, no Brasil, participaram cinco hospitais. Os resultados dos tratamentos de cada instituição são encaminhados trimestralmente, sendo feitos os comparativos entre as instituições, além de utilizarem, como base, os resultados das melhores instituições americanas”, esclarece a coordenadora dos Programas de Cuidados Clínicos do HCor, Carolina Padrão.
O ACTION Registry® auxilia os hospitais a aplicarem as recomendações de diretrizes clínicas do American College of Cardiology em suas instalações, e fornece ferramentas valiosas para medir o atendimento e atingir metas de melhoria contínua de qualidade, exclusivamente em pacientes com infarto agudo do miocárdio com supra e sem supra ST.
“O infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST é quando há uma oclusão coronariana com alta mortalidade, ou seja, de 7%. Já o IAM sem supradesnivelamento do ST são manifestações da aterosclerose com consequente trombose, ou seja, a taxa de mortalidade fica perto dos 3,5%”, explica Dr. Leopoldo Piegas, cardiologista e coordenador do Programa de Infarto Agudo do Miocárdio HCor.
Sobre o Programa de IAM HCor: uma equipe multidisciplinar composta por médicos, fisioterapeutas, nutricionistas, farmacêuticos, psicólogos, assistentes sociais e enfermeiros atuam de forma integrada a fim de melhorar os resultados dos tratamentos aos quais os pacientes são submetidos. Com esse time, o programa busca reduzir o tempo de internação e a taxa de mortalidade dos pacientes, dando mais conforto e segurança para seus familiares e aos médicos dos próprios pacientes. No acompanhamento pós alta hospitalar, os pacientes são estimulados a manterem a assiduidade ao tratamento e promover mudanças saudáveis de hábitos de vida.
“Com o aprimoramento dos cuidados clínicos e atuação dos profissionais de cada área envolvida à serviço do paciente com infarto agudo do miocárdio, esse programa traz um aumento na sobrevida desses pacientes, visando sempre a qualidade dela. Além disso, recebem apoio psicológico, orientações de fisioterapia e exercícios monitorados, reeducação alimentar, indicação e conselho para largar o tabagismo e todo acompanhamento quando ele receber alta hospitalar”, diz Dr. Leopoldo Piegas coordenador do programa de infarto Agudo do Miocárdio.
De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), as Doenças Cardiovasculares (DCV) são a principal causa de morte no mundo. No ano passado, 17 milhões de pessoas foram vítimas de problemas coronarianos, como ataques cardíacos e derrames. No Brasil, conforme dados do Ministério da Saúde, 300 mil pessoas sofrem infartos todos os anos; em 30% dos casos o ataque cardíaco é fatal. Levando em conta os números altos da doença no país, é muito importante que um hospital especializado na recuperação de pacientes acometidos por esse mal esteja oferecendo um serviço de qualidade e reconhecido internacionalmente.