Nos últimos anos, a sigla ESG (Environmental, Social and Governance) tem se tornado recorrente no vocabulário de investidores, executivos e funcionários de grandes empresas.
Para enriquecer o debate acerca do assunto, o Instituto Horas da Vida, organização sem fins lucrativos que busca levar saúde às pessoas em vulnerabilidade social, promoveu um talk show sobre o “ESG e o impacto da sustentabilidade financeira nos negócios no setor de saúde”.
Transmitido ao vivo pela plataforma da Hospitalar HUB em novembro, o evento contou com a participação de importantes nomes do mercado:
- Bruno Porto - Sócio e líder do setor de saúde na PwC Brasil;
- Fabiana Peroni - Doutora em saúde Coletiva pela Unicamp e mestre em promoção da Saúde pela Unifran;
- Thaís Melo - diretora médica da farmacêutica Boehringer Ingelheim;
- Emanuel Pessoa -sócio-diretor do Emanuel Pessoa Advogados;
- Mediadora -Tania Machado - embaixadora do Instituto Horas da Vida.
No início do talk show, Rubem Ariano, fundador do Horas da Vida, reforçou a importância de as empresas adotarem a jornada de transformação, que garante a qualidade de vida para todos.
“O termo ESG e as práticas ligadas a ele estão cada vez mais importantes e presentes nas vidas das empresas. O instituto, que há nove anos vem impactando a vida de muitas pessoas, aproveita essa experiência com o ESG e com várias frentes de atuação e está se aproximando cada vez mais da governança das empresas, desenvolvendo ações para promover práticas”, disse Ariano.
Contexto histórico
Apesar de ter tomado conta dos holofotes nos últimos anos, o termo ESG foi cunhado em 2004 em um relatório produzido por iniciativa da ONU, Pacto Global que visa engajar empresas e organizações a adotar princípios e medidas nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e anticorrupção.
Para o sócio e líder do setor de saúde na PwC Brasil, Bruno Porto, as grandes novidades do ESG nos dias atuais estão relacionadas a novas lideranças e pontos de vista sobre a prática.
“O movimento do ESG agora caminha para um patamar diferente por conta de alguns motivos, sendo os principais a pandemia, que impulsionou e acelerou os processos, a crise climática e, principalmente, o aumento da confiabilidade nas empresas e também nos profissionais de saúde”, afirmou Bruno.
Poder público e prática ESG
Outro ponto levantado para discussão durante o talk show está relacionado ao Poder Público e a sua relação com a prática ESG.
Para Fabiana Peroni, o poder público tem um papel fundamental nessa integração e deve ser o indutor para levantar esse debate. “Quando falamos das práticas ESG, o governo deve manter uma postura de indutor e incentivar a implementação de políticas públicas que provoquem as mudanças necessárias na saúde", comentou.
Concordando com o ponto levantado por Peroni, Emanuel Pessoa acredita que o poder público não deve atrapalhar a iniciativa privada e, sim, incentivar que todas as empresas se adaptem aos conceitos do ESG. “Nesse primeiro momento, em que ainda é muito caro investir em ESG, o governo deveria dar incentivos temporários para que as empresas se adaptem às práticas”, reforçou.
Integração público e privado
Muito tem se discutido sobre os processos de integração entre poder público, iniciativa privada e ESG. Para que isso de fato ocorra, todos os participantes do talk show reforçaram que, antes de focar em projetos, é necessário criar um mindset, ou seja, uma reconfiguração da mentalidade para que todos sejam notificados das mudanças.
“Num primeiro momento, é fundamental que a empresa entenda que o investimento na agenda ESG seja como um todo. Após isso, é dever dos gestores comunicar aos seus colaboradores e funcionários sobre as mudanças. Só assim a empresa estará aberta para identificar oportunidades de parceria que possam surgir diante das necessidades”, explicou Thaís Melo.
O conteúdo do talk show já está disponível na aba On Demand na plataforma da Hospitalar HUB. Para saber mais sobre todos os assuntos que foram debatidos no evento, acesse aqui.