A saúde brasileira ainda passa por diversos problemas, que vão desde a falta de recursos e investimentos até a formação de profissionais e padronização de sistemas.
Com tema “Saúde 2022: A mudança que o Brasil precisa”, o Congresso Nacional de Hospitais Privados (CONAHP) abordou diversos tópicos, que vão desde os aprendizados da pandemia de Covid-19 até as mudanças necessárias para promover um sistema de saúde mais integrado e qualificado.
Um dos painéis abordou as propostas estruturantes para o Ministério da Saúde e para a operação do SUS e contou com a participação do ex-ministro da Saúde, Nelson Teich, e do CEO do Hcor e conselheiro da Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP) , Fernando Torelly.
No início da discussão, o ex-ministro, que atualmente promove estratégias de melhoria da governança em gestão para o SUS, reforçou que- para a situação da saúde do país melhorar- é necessário que ela passe por uma reestruturação completa.
“Os problemas relacionados à saúde não podem ser resolvidos por partes; é necessário trabalhar a cadeia toda, por isso, pequenas mudanças não vão funcionar”, explicou.
Durante a mesa redonda, Teich também apresentou dados importantes que demonstram evidentemente a desigualdade nas regiões do Brasil.
Para o CEO do Hcor, que também é presidente da Associação de Voluntários da Saúde, as bruscas desigualdades entre as diferentes realidades do Brasil impactam não somente uma parte, mas, sim, toda a sociedade.
“Infelizmente, é muito comum vermos hospitais que querem melhorar a qualidade assistencial, mas não possuem recursos para isso. A desigualdade é tão grande que fica quase impossível realizar um diagnóstico para solucionar o problema daquela instituição”, argumentou.
Foco na gestão
Para todos os processos relacionados à qualidade assistencial melhorarem, Teich diz que o foco deve estar na gestão. Isso porque ela permite que tudo seja distribuído de forma correta e de acordo com necessidades específicas. “Dessa forma, olhamos diretamente para o problema como um todo, e não apenas para uma parte dele”, reafirmou.
Neste aspecto, ambos os convidados concordam que a inovação é um ponto importante para melhorar todas essas questões e, por isso, a gestão deve estar atenta em relação à forma como ela chega aos hospitais.
Propostas estruturantes
Elevando o nível do debate, o ex-ministro da Saúde apresentou algumas propostas que são necessárias, principalmente neste momento de transição de governos. Para ele, entre as principais, está a necessidade de ampliar o investimento coordenado e a qualificação da gestão pública nos três níveis do governo (em relação à regionalização. - está confuso como foi citado aqui)
“Além de realizar um estudo complementar para avaliar o impacto da saúde suplementar nas macrorregiões, é necessário identificar, discutir e definir os papéis e as responsabilidades entre atores-chave das redes e ainda reforçar a importância da integração de dados nos sistemas”, afirmou Teich.
Completando a fala dele, Torelly reforçou que o problema da saúde no Brasil continua perpassando governos e que a pandemia da Covid-19 mostrou que- para realizar uma mudança efetiva na realidade brasileira- é necessário um grande movimento social.
“Podemos fazer muito mais do que está sendo feito, mas sabemos que essas questões vão além das esferas públicas. A pandemia nos mostrou que a colaboração é fundamental. Só assim poderemos mudar a realidade da saúde de nosso país”, concluiu.