Último dia do CISS é marcado por discursos sobre mudanças e como tirá-las do papel

O Congresso Internacional de serviços de Saúde (CISS) desse ano terminou, nesta quinta-feira (24/05), com mesas sobre as reformas que a saúde no Brasil ainda precisa passar e quais são as opções para atingir esse objetivo.

O Congresso Internacional de serviços de Saúde (CISS) desse ano terminou, nesta quinta-feira (24/05), com mesas sobre as reformas que a saúde no Brasil ainda precisa passar e quais são as opções para atingir esse objetivo. 

Com discursos sobre como a medicina deve se reinventar para conseguir acompanhar as mudanças tecnológicas, levantou-se a questão da telemedicina, que ainda gera polêmica por mecanizar o sistema de consulta de paciente. “É possível superar essa barreira para oferecer um serviço melhor”, afirmou dra. Monica Monteiro de Castro, sócia e proprietária da Innovare Consultoria e Treinamento. 

Peter Lachman, CEO da ISQUA, keynote speaker do dia, pontuou que “os médicos podem usar os aplicativos para praticar a medicina, mas o diagnóstico só é possível com a interação humana, pois o médico precisa entender o que paciente está apresentando”.

Na segunda mesa, discutiu-se como as cooperativas de crédito podem ser uma solução viável para os empreendimentos da área da saúde. Com uma vasta ramificação, o sistema de cooperativa ajuda médicos e instituições que precisam de um subsídio voltado para esse mercado específico. “Começamos com a ideia de criar um banco dos médicos. Hoje já diversificamos o negócio e podemos ajudar não só eles, mas instituições que queiram trabalhar como cooperativa”, explica Fernando Fagundes, CEO da UNICRED do Brasil. 

Com o atual cenário político no Brasil, não só o apoio financeiro, mas uma completa revisão da gestão é bem-vinda. A saúde passa por um período difícil, pontua dr. Agenor Ferreira da Silva Filho, diretor de operações da Seguros Unimed. “Quase 30% dos gastos que se desperdiça em um hospital, hoje, estão associados a problemas administrativos, e isso não pode mais acontecer. Há uma necessidade de revisar esses repasses e entender como evitar o desperdício”, esclarece.

E, por fim, a última mesa abriu espaço para a discussão de questões sobre como o setor público está se organizando para promover uma reforma do Estado brasileiro. Foram apresentadas ideias testadas e que poderiam ser ampliadas para o restante do país. Para falar das melhorias no estado de Rondônia, Confúcio Moura, ex-governador do estado, apresentou mudanças baseadas em entender os gargalos do governo, diminuir gastos públicos com burocracia e melhorar o serviço oferecido. “O governo do estado de Rondônia trabalha sem papel, por exemplo, pois implementamos o sistema de fibra ótica para as governanças e a população, inclusive a indígena”, completa ele.

Por fim, as discussões levaram à conclusão de que as Reformas do Estado são necessárias e inevitáveis, e que é possível usar isso a favor da busca por melhorias na área da saúde. Experiências nacionais e internacionais foram trocadas nesses dois dias de congresso, possibilitando um maior entendimento de como a saúde pública e privada estão intimamente ligadas e podem se beneficiar com as mudanças que virão.