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Conectividade e interatividade a serviço da decisão clínica

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Conectividade a serviço da decisão clínica

Aplicativos estão cada vez mais sendo usados por médicos para auxílio na tomada de decisão clínica. Conheça alguns apps que ajudam no dia a dia do cuidado médico

Em tempos em que a tecnologia e o valor entregue ao paciente são conceitos que estão no centro do debate de saúde, cada vez mais se torna importante encontrar ferramentas seguras, eficientes e interativas para apoiar a decisão clínica, facilitar a troca de informações e apoiar médicos e pacientes nos rumos de um tratamento.

Embora certas ferramentas de suporte a médicos sejam encontradas com uma busca rápida na internet, o que tem mesmo interessado o setor são as versões criadas por empresas consolidadas e startups que oferecem sistemas integrados, interoperáveis e que unam um acesso eficiente a fontes seguras, como os principais estudos científicos publicados ao redor do mundo, por exemplo, com a facilidade de ter tudo isso sempre em mãos.

O médico Marivan Abrahão é um dos que faz uso de ferramentas de suporte à decisão clínica. Especialista em Nefrologia e em Sistemas de Informações Hospitalares, Abrahão é presidente do Instituto HL7 Brasil e consultor em Informática Médica. “Eu uso uma série de aplicativos que me ajudam bastante na tomada de decisão. De modo geral, o uso deles vai depender do tempo de experiência que você tem, assim pode procurar com mais precisão e rapidez. Também é possível participar de casos online, o que ajuda bastante. Acredito ser um recurso importante e bastante eficaz”, diz.

Soluções disponíveis no mercado

A Wolters Kluwer Health é a desenvolvedora do UpToDate, criado pelo nefrologista Burton Rose. A solução dá suporte a cerca de 300 mil decisões médicas diariamente em mais de 180 países. Além disso, há 19 itens de educação para pacientes, com orientação médica que pode ser compartilhada. O sistema de busca funciona como o Google, mas especializado e com fontes seguras. No Brasil, o Hospital Sírio-Libanês utiliza a ferramenta desde 2010.

Recentemente, o hospital passou a adotar também os sistemas de suporte à decisão de prescrição de medicamentos, Lexicomp Online e Medi-Span. O primeiro agrega conteúdo de relevância relacionado a medicamentos, dá suporte às decisões de prescrições e ajuda os profissionais de saúde a escolherem a terapia mais apropriada para cada paciente. Já o Medi-Span oferece alertas automáticos sobre medicamentos funcionando em conjunto com o  Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), permitindo assim uma triagem sensível ao contexto e com base em informações disponíveis no sistema sobre cada paciente. 

"Com a incorporação da ferramenta Medi-Span em nosso sistema de prescrição eletrônica, pretendemos trazer ainda mais informações consistentes para o médico no momento da tomada de decisão. Ele poderá consultar detalhes referentes a determinada substância e seus relacionamentos com outros medicamentos, resultados de exames de laboratório ou mesmo condições clínicas do paciente, caso entenda como relevante", afirma Vladimir Pizzo, gerente de Informática Clínica na Diretoria de Inovação e Tecnologia da Informação do Sírio-Libanês.

Entre as vantagens destacadas pelas novas funcionalidades das ferramentas, estão:

  • Contar com o apoio de um sistema de prontuário eletrônico controlável pelos usuários;
  • Empregar estratégias de design na apresentação dos alertas que valorizem a percepção humana;
  • Ao personalizar os sistemas de alerta, levar em consideração análises contínuas do perfil dos pacientes e dos fluxos de trabalho clínicos;
  • Identificar e implantar alertas contextuais ou em camadas com base nos dados do paciente, como, por exemplo, idade, peso, gênero, função renal, entre outros;
  • Realizar manutenção e atualizar o conteúdo clínico com frequência para garantir evidências mais atuais no momento do atendimento.

Estudo

Recentemente, a Forrester Consulting realizou no Brasil um estudo dos impactos financeiros da utilização do recurso de apoio à decisão clínica do UpToDate nos hospitais.  Para isso, baseou-se na experiência de duas instituições de saúde brasileiras, uma pública e outra privada, nos últimos três anos.

De acordo com essa pesquisa, houve um retorno de investimento de 302% no que diz respeito ao aumento de produtividade, eficiência dos médicos e diminuição de encaminhamentos desnecessários. A Forrester estima que cada médico economize uma média de 10 minutos por revisão de tópico com o UpToDate. Já os entrevistados ressaltam que os recursos de apoio à decisão podem reduzir entre uma e quatro horas o tempo gasto pelas equipes médicas para definição dos diagnósticos, identificação dos sintomas, seleção dos medicamentos e possíveis interações medicamentosas.

O estudo indica que, para uma organização que realize 12 mil encaminhamentos por ano, 0,5% deles podem ser evitados no primeiro ano de utilização e, em função do aumento da adoção da ferramenta, essa taxa seria de 1% nos dois anos seguintes. Considerando-se que cada um deles custa cerca de R$ 700,00, a Forrester chegou à conclusão que as reduções de custo durante três anos poderiam chegar até R$ 154 mil somente com esse índice.

Ainda segundo a pesquisa, os hospitais observaram um crescimento na adoção do recurso por parte dos profissionais de saúde quando o UpToDate foi implementado em dispositivos móveis.

Startup nacional

No Brasil, a plataforma Tá Na Hora (TNH) conta com 25 clientes entre os variados players do setor de saúde e já tem por volta de 150 mil vidas impactadas diretamente. Seu sistema foi desenvolvido para apoiar simultaneamente médico, equipe multiprofissional e paciente. O web aplicativo possui um sistema inteligente com robôs que enviam mensagens automatizadas com perguntas estratégicas para o smartphone do usuário, um sistema que pode ser utilizado tanto para prevenção, pré-consulta ou telemonitoramento de casos. A tecnologia, atualmente, foi implementada em um hospital, uma operadora e outros players do setor de saúde.

O aplicativo é totalmente interativo e apresenta para os pacientes questões relacionadas à atenção primária, prevenção, bem-estar, acompanhamento de gestação, doenças crônicas e pós-operatório. Logo quando se cadastra, é enviado para a pessoa um questionário para avaliar faixa etária, prática de atividade física, alimentação e cuidados com a saúde e, assim, ser traçado um perfil de saúde do usuário. 

De um lado, a interatividade permite mais engajamento do paciente em relação à sua saúde e um canal aberto permanente com um sistema que acolhe suas dúvidas. De outro, o profissional obtém uma série de dados correspondentes aos hábitos, alimentação e evolução dos quadros dos clientes. Ou seja, acessa uma gama de informações robustas para prescrever tratamentos, indicar procedimentos ou até ratificar ou rever determinado caso clínico. “A solução surgiu como um lembrete de medicamento por mensagem, mas as pessoas respondiam com dúvidas, e enxergamos aí um potencial para conversar com elas e saber o seu estado de saúde”, conta Leandro Racuia, grouthhaker da TNH.

A plataforma TNH dialoga com ferramentas web, SMS e Facebook, mas não precisa ser instalada para operar. “As pessoas passam muito mais tempos interagindo por mensagem, então temos que estar onde elas estão. Além disso, não sabemos se o celular delas tem espaço para baixar aplicativo, por isso procuramos canais comuns para começar uma conversa”, conta Racuia.

O serviço funciona 24h de forma ativa (enviando perguntas) e reativa (recebendo questionamentos). Quando alguma conclusão é identificada pelo sistema como crítica, é emitido um alerta para a equipe de saúde da instituição contratante para que entre em contato com o paciente.

“A resposta pode ser sim ou não e vai para várias árvores de decisão, já programadas pelo robô. É identificada determinada resposta que segue uma lógica. Se, por exemplo, você relatou ter pressão alta e não pratica atividade física, certamente é uma pessoa de alto risco, pois pode entrar em um quadro de hipertensão. O sistema vai avisar a equipe, evitando complicações mais danosas”, explica Racuia.

Os apps para suporte à decisão clínica estão cada vez mais inseridos na prática médica. A tecnologia vem para somar e agregar no atendimento, dando mais agilidade e proporcionando um leque de opções ao médico para entregar um cuidado cada vez melhor ao paciente.

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