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Tecnologia, a grande aliada dos atletas paralímpicos

Article-Tecnologia, a grande aliada dos atletas paralímpicos

ParaolimpiadasOntem, 7 de setembro, teve início no Rio de Janeiro a Paralimpíada. Durante 11 dias de competição serão realizadas 528 provas que valerão medalhas. Segundo a Rio 2016, mais de quatro mil atletas irão competir. Atualmente, são 28 esportes reconhecidos, entre eles atletismo, biatlo, natação, judô, futebol, ciclismo, tênis em cadeira de rodas, levantamento de peso e tiro. Neste ano, canoagem e triatlo farão sua estreia nos Jogos Paralímpicos Rio 2016.

Voltados aos atletas que participam de competições adaptadas às suas necessidades especiais, os jogos paralímpicos tiveram sua estreia nos Jogos de Roma, na Itália, em 1960, e contaram com a participação de 400 paratletas, de 23 países, que competiram em provas exclusivas para usuários de cadeiras de rodas. Em 2012, nos Jogos de Londres, 164 países participaram dos jogos, levando um total de 4.294 atletas.

Além da habilidade e garra do atleta, a tecnologia é uma importante aliada para quem disputa o lugar mais alto do pódio. São as inovações tecnológicas, fomentadas por pesquisas e estudos da área, que contribuem para que os equipamentos como cadeiras de rodas, órteses e próteses adquiram melhor qualidade. Afinal, são esses equipamentos que ajudarão o atleta a desempenhar um papel de alta performance e devem resistir aos esforços exigidos em uma competição do porte das paralimpíadas.

Tecnologia Assistiva no Brasil

Segundo dados do Censo de 2010, existem cerca de 45 milhões de pessoas com deficiência no Brasil, o equivalente a 23% da população. Nesse contexto, entendem-se como pessoas com deficiência o público que nasceu ou adquiriu ao longo da vida algum problema físico, visual ou auditivo que impeça a plena mobilidade. Inclui-se aqui também o crescente número de idosos no país. Para atender essa parcela da população, existe o mercado de bens e serviços de tecnologia assistiva.

Um estudo realizado pelo CGEE (Centro de Gestão e Estudos Estratégicos) a pedido da Secis/MCTI (Secretaria de Ciência e Tecnologia para a Inclusão Social do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação) identificou que o Brasil tem grande competência para o desenvolvimento de tecnologia assistiva mas, para que ocorra, é fundamental que ações planejadas e integradas sejam implementadas considerando: participação de governo, associações de classe e indústria. Na avaliação do especialista do CGEE e coordenador do estudo, Milton Paz, há potencial intelectual no Brasil para o desenvolvimento dessas tecnologias, em condições semelhantes ou até superiores em relação a iniciativas de instituições de países de primeiro mundo, como a Alemanha, a Inglaterra ou os Estados Unidos.

A participação e o comprometimento de todos os atores envolvidos no tema são essenciais para alavancar esse mercado. Segundo a Secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Linamara Rizzo Battistella, é impossível fazer avançar as políticas públicas e transformar a sociedade sem o comprometimento de todos. Isso se aplica aos governos, ao setor privado e produtivo, à sociedade civil organizada, às instituições acadêmicas, e a cada um de nós. “O setor produtivo deve estar comprometido com a sustentabilidade de suas ações, com a redução de custos que garanta nível apropriado de qualidade e com o acompanhamento adequado após o fornecimento de seus produtos”, pontua. Oportunidades existem e sobram. Segundo ela, que cita um levantamento da ABOTEC (Associação Brasileira de Ortopedia Técnica) realizado em 2011, a demanda não-atendida por produtos assistivos indicava 20 milhões de brasileiros na época.

Produtos inovadores

O Brasil se destaca no mercado não só pelas iniciativas governamentais voltadas a estimular e fomentar o mercado de produtos de Tecnologias Assistivas mas também pelos produtos inovadores. Para a Ibramed, fabricante de aparelhos para reabilitação, a tecnologia assistiva tem como objetivo primordial promover o melhor conforto e acessibilidade para as pessoas com deficiência física. Sua importância consiste em desenvolver cada paciente ao máximo dentro de sua limitação. “Hoje o Brasil é um dos principais países que desenvolvem Tecnologias Assistivas. Se ainda não somos os principais fabricantes da mais alta tecnologia, ganhamos em relação à criatividade e potencial de adaptação”, afirma Daniel Blanco Marques, gerente do Departamento de Marketing e Comércio Exterior da empresa.

Feiras como a Hospitalar podem fomentar, e muito, esse mercado. Além de seminários e palestras, neste ano, segundo os organizadores da feira, foram 71 empresas do setor de reabilitação, o que equivale a 12% do total de expositores. No total, mais de 1 mil empresas brasileiras e de outros 35 países apresentaram seus produtos. A Agfa HealthCare, fornecedora de diagnóstico por imagem, por exemplo, apresentou o DX-D 300, solução flexível em radiografia digital direta, que pode se ajustar ao corpo dos pacientes e é direcionada aos casos de pessoas com dificuldade de mobilidade.

A ACE Pisos e Revestimentos apresentou o ACE Taraflex Sport M Evolution 7mm, piso com tecnologia que reduz a gravidade das lesões (dores, contusões, fraturas) resultantes de quedas e o risco de fadigas, prolongando o tempo do praticante ao esporte garantindo o conforto e segurança no esporte. Empresas como a Escola Pan Americana e a Rota do Mar, que são grandes incentivadoras do esporte e patrocinadoras de atletas oficiais utilizam os produtos ACE em suas estações de treinamento. Entre as modalidades que tiveram o piso instalado estão Seatvolei, Goalball e Bochaparalimpica. O centro de treinamento paraolímpico, em São Paulo, também teve o piso instalado.

A Biodina, representante de marcas mundiais em diagnóstico laboratorial, trouxe o Hemocue, equipamento capaz de identificar se o atleta está com anemia. Um dos modelos, o analisador HemoCue® Hb201 identifica a patologia com exatidão nos resultados entre 15 e 60 segundos, possibilitando ação imediata e tratamento precoce da anemia.

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