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Telemedicina passará a ser EPI

Article-Telemedicina passará a ser EPI

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A ferramenta como agente fundamental nos novos tempos

Um dos acidentes de percurso causado pela Covid-19 é o inevitável desmoronamento do número de consultas e outros procedimentos eletivos. Grande parte dos hospitais, clínicas e médicos cancelaram ou adiaram milhares dos procedimentos considerados “desnecessários” para focar na pandemia da Covid-19. As regras de ouro para eleger a necessidade de um cuidado eletivo são sempre envoltas em subjetivismos. Para a Cirurgia de Cabeça e Pescoço, por exemplo, a decisão é repleta de condicionantes devido à complexidade dos pacientes. No artigo científico Head and Neck virtual medicine in a pandemic era: lessons from Covid-19”, escrito por médicos da Universidade da Pensilvânia e publicado pela SBCCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço), fica claro que o uso da telemedicina passa a ser de fundamental importância na orientação ao paciente, no diagnóstico e na sequência terapêutica. Visitas virtuais pós-operatórias e alguns acompanhamentos oncológicos passaram a ser decisivos nos ambientes clínicos ao redor do mundo, principalmente num cenário de distanciamento social. Segundo o artigo, é na acurácia da triagem de pacientes que a teleconsulta se mostra vital. Ela adensa a decisão da necessidade de uma avaliação presencial, ou na eleição dos casos urgentes, reduzindo a subjetividade da emergência. Nesse sentido, o apoio digital da telemedicina na cadeia de saúde supera a simples conveniência do paciente em ser atendido de forma remota. A SantéCorp, empresa do Grupo Fleury dedicada a soluções de coordenação de cuidados em saúde, se focou nessa indispensabilidade de informações clínicas claras para a tomada de decisão médica. A forma de subsidiar esse julgamento foi disponibilizar ferramental de telehealth. Dessa forma, o grupo está lançando uma Plataforma de Telemedicina (“Cuidar Digital”), objetivando ser uma extensão da avaliação clínica e permitindo aos profissionais de saúde ter mais segurança no processo de decisão diagnóstica. O aplicativo integra dados e agenda de consultas online, assegurando que a teleconsulta promova mais assertividade na tomada de decisão. Muito se fala no ‘achatamento da curva’ de demanda para que os Sistemas de Saúde tenham tempo de se preparar para a covid-19. Todavia, pouco se explica que isso não será obtido só com o tempo, mas também com a perícia diagnóstica. Tradicionalmente se acusam os médicos de pouco apuro na solicitação de exames, ficando cada vez mais claro que o problema não é a desídia médica, mas as limitações dos Sistemas de Saúde. Nos EUA, a National Academy of Medicine estima que todos os anos médicos solicitam mais de US$ 200 bilhões em testes e tratamentos desnecessários. Essa inconsistência, de acordo com a própria NAM, decorre principalmente dos problemas entre médicos a pacientes na consulta presencial: o tempo de consulta é cada vez menor e a demanda por atendimento é cada vez maior, fazendo com que a saída para se manter a segurança clínica seja a solicitação do teste diagnóstico. O artigo “Will 2020 Be the Year That Medicine Was Saved?”, publicado pelo The New YorkTimes em 14 de abril e também assinado por médicos da Universidade da Pensilvânia, ressalta a revolução imposta pela telemedicina durante e pós crise pandêmica. Todos os sistemas públicos e privados de saúde vão ter que se revolucionar para resistir aos tempos pós-covid. A telemedicina está no centro dessa transição. Por todos esses motivos e para a proteção das decisões médicas, vamos assistir em poucos meses os apps de telemedicina, notadamente de consulta virtual, serem guindados a categoria de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual).  

 

Guilherme S. Hummel
Coordenador Científico - HIMSS@Hospitalar Forum 
EMI - Head Mentor

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